sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Problemas com o quarto

_Cacá, a gente precisa conversar.
Pronto. O bastante pra eu perder a tranquilidade rotineira e tremer na base. O pior da minha mãe é que ela nunca quer conversar na hora que diz que a gente precisa conversar, então tenho uma dor de barriga horrorosa e me pergunto por que raios ela não deixa pra dizer que a gente precisa conversar quando quiser conversar de fato! Como desconfio que seja pura crueldade maternal não deixo barato e devolvo:
_Ótimo, vamos lá.
Ela me olha como quem me acusa de só querer conversar naquela hora por saber que ela pretende me deixar sofrer antes com a dor de barriga, mas acaba cedendo. E começamos a conversar (pausa para definição do termo).
Conversar: con.ver.sar (lat conversari) vti e vint 1 Discorrer, falar com alguém: Conversar com alguém.
Ótimo, mas não tão simples quanto tio Aurélio faz parecer. Uma vez que envolve duas pessoas, conversar pode atingir níveis de alta periculosidade dependendo do tema a ser abordado. O tema da vez a ser abordado é a organização do meu quarto. Alívio. Lembro-me do estado em que ele se encontra no presente momento. Pânico. Eu nunca consegui manter meu quarto organizado e, portanto, o tema é recorrente. Meia hora de explanação sobre os motivos fundamentais e o regozijo pleno pelos quais devo manter meus aposentos como o interior de um templo. Não que eu não preste atenção, mas aproveito para me lembrar dos lugares mais obscuros onde deixei pares de sapato na última semana e constato: a missão é mais complexa do que parece.
Minha mãe diz - e é verdade - que nossos conceitos de "meu quarto está arrumado" são diferentes. Ela chegou a essa conclusão ao observar que, todas as vezes que eu profiro a frase e ela vai conferir, encontra muitas coisas ainda fora do lugar. Isso ocorre devido à minha falta de paciência para ser metódica e minha preguiça de fazer as coisas na hora.
Para encerrar a conversa, ela usou a já tradicional pergunta claudiana:
_ Estamos conversadas?
E eu usei a já tradicional resposta carolinesca:
_ E vai adiantar dizer que não?

Update: tudo isso foi ontem e, ao chegar em casa hoje, já me dei conta de que meu quarto está novamente uma zona. Bora arrumar esse troço.

[Carolina]

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O nome de usuário e a senha não correspondem - parte II

Continuando a saga do orkut roubado, o fato é que eu estava certa: foi meu ex que, provando mais uma vez que ex bom é ex morto, tomou posse dele. A novidade é que eu estava errada: o ex que me levou a conta, de acordo com um amigo que andou investigando, é um carinha com quem não falo há quatro anos!
Mas não é só isso! Eu nem o vejo há quatro anos. Ele nem é da minha cidade. Minha prima, que é da cidade dele, também não o vê há pelo menos dois anos! Não é ótimo?
Eu achando que a criatura já estava morta, possivelmente sem sombra nem dos ossos, e ela me rouba o orkut?! Como assim? Duas ou três coisas me passam pela cabeça: a)Quantos anos ele tem? Doze? b)Fantasmas lá têm acesso à internet? c)Ele lá lembra quem sou eu na ordem do dia? E, o principal: d)qual o objetivo dessa pessoa?
Minha primeira providência foi compartilhar a descoberta com pessoas que possuíssem, em algum ponto obscuro da memória, uma vaga lembrança do nome do fulano. Fiz isso não para alertá-las, tampouco para pedir conselhos, mas única e exclusivamente porque esse é o tipo de piada da qual não se pode rir sozinho!
Confesso que a maioria levou cerca de dez a vinte segundos para localizar a referência nos bancos de dados de seus respectivos cérebros e, após identificá-la, caiu de costas no chão de tanto rir por cerca de 60 a 120 minutos, ininterruptamente, tamanha a ridicularidade dos fatos.
Eu? Estou dobrando de rir há mais de 24 horas! Não consegui ficar puta da vida, nem desejar que o rim esquerdo dele pegasse fogo no meio de uma prova da faculdade, espalhando o incêndio interno pelo organismo até atingir o cérebro - se é que ele o possui - sem que houvesse tempo para socorro. Também não pretendo tomar qualquer atitude, exceto talvez mandar um e-mail agradecendo pelos minutos de gargalhada gratuita, seguindo sugestão da Ferpinha. Ou não, vai que ele me rouba esse e-mail também!
*Eu muito colocaria uma foto da criatura, mas vou evitar pra não criar climão.

*Não entendeu lhufas da historinha? Experimente ler a parte I, bem aqui http://superintendo.blogspot.com/2008/10/o-nome-de-usurio-e-senha-no.html

[Carolina]

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Nunca confie no seu esmalte

Eu sou uma pessoa feliz. Sério, é difícil situações pequenas me tirarem do sério, mas se fosse pra listar coisas que me deixam a ponto de matar um, no topo da lista estariam cólica e bolha no pé. Mentira, em primeiro lugar estaria encontrar a geladeira sem Coca-Cola e em seguida cólica e bolha no pé.
Mas veja você como tudo na vida depende dos acontecimentos anteriores e a coisa toda vira um ciclo: ontem passei um esmalte novo na unha da minha extremidade inferior, também conhecida por pé. O santo tinha ficado lindo na mão, mas no pé ficou a visão do inferno. Só que eu estava com preguiça de tirar antes de dormir e hoje de manhã não deu tempo, então coloquei uma sapatilha que escondesse a cor dos meus dedinhos. Saí de casa sem o celular e, depois de andar duas quadras, me lembrei do abençoado e resolvi voltar para buscar. E foi então que a sapatilha mostrou que ia ser uma pedra no meu sapato - ou melhor, um aperto no meu calcanhar - o resto do dia.
Ela me machucou tanto que as bolhas recém formadas estouraram em seguida, o que causou uma dor mais ou menos comparável a um parto...
Sem anestesia...
Só que no pé.
Lembrar da intensidade da dor me leva ao terceiro item da minha lista de coisas causadoras de um assassinato: cólica.
Imagine eu - uma pessoa cuja TPM faz chorar a mesma quantidade da chuva recente em Santa Catarina e se arrasta antes, durante e depois do ciclo menstrual - sentindo cólica ininterruptamente ao longo de sete dias! Tem horas que eu, por drama ou não, literalmente choro de dor.
Certo, agora sejamos beeem cruéis com a Cacá e juntemos três das piores coisas do mundo em um mesmo dia: cólica a níveis que poderiam ser usados por Hittler como tortura, bolha no pé recém-feita-e-já-estourada-com-direito-a-pus-e-tudo e o final da Coca-Cola da geladeira.
Acrescentemos um chefe pedindo favores absurdos, o fato de ter acordado com o quarto parecendo o local de um assassinato beeem sangrento e estar atrasada para o trabalho pela quinta vez na semana - contando que estamos numa quinta-feira.
Voilà a receita para me deixar com raiva até o ano que vem. Se eu não fosse tão controlada, claro.
Aí, voltando pra casa, um maldito pedreiro vira e me fala: "minha nossa". "Minha nossa é o raio que o parta!" - respondo eu, e o cazzo fica sem entender o porquê de tanto ódio no meu coração.
Era só ter olhado pro pé, infeliz!
O maldito parece tão inocente olhando assim...
[Carolina]

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Para admirar

Completei 20 aninhos muito bem vividos na última sexta-feira, 28 de novembro. Comemorei com a cambada de doidos que eu costumo chamar de amigos e um show de Zezé di Camargo e Luciano, de que eu - podem xingar - conheço todas as músicas, graças à minha mamãe e sua paixão por eles e pelas outras duas duplas que compunham os "Amigos" - e quem nasceu no fim dos anos 1990 jamais saberá a magnitude e preferência unânime que esses caras tinham no cenário nacional.
Bem, deixando de enrolar, tenho um texto pronto com uma breve retrospectiva do cenário mundial das duas últimas décadas, relacionado com a minha pacata vidinha interiorana mas, como o melhor presente de aniversário acabou vindo ontem (01/12/2008) sem que eu percebesse, achei por bem compartilhar.
Além disso, acho que Júpiter e Vênus ao lado da nossa amada Lua pela última vez nos próximos 44 anos acabam sendo um fato mais interessante que a história de Carolina Werneck.
Desci do carro de volta do mercado, acompanhada da Kah e do meu padrasto e, quando olhei para o céu, deparei-me com aquele risquinho característico da lua crescente acompanhado de dois grandes pontos luminosos que formavam com ela uma estrutura triangular. Com meus parcos conhecimentos astronômicos, exclamei:
_ Olha que linda a lua com essas duas estrelas do lado!
Só fiquei sabendo de que se tratava mais tarde, pela televisão. O fenômeno só se repetirá em 2052. E eu o vi sem saber qual era sua verdadeira natureza.
Quer presente melhor pros meus 20 aninhos?
[Carolina]