sábado, 27 de junho de 2009

E lá se vai o Michael Jackson

Ok, a princípio eu me recusei a tratar do tema porque né... o cara morreu há menos de 48 horas e já vi matérias na TV o suficiente para me perguntar se afinal não há nada de mais interessante pra falar. Na boa, Farrah Fawcet também morreu essa semana e não mereceu mais que uma ligeira citação nos telejornais. E, pelo menos para mim, muito mais Jill Munroe, de "As Panteras", que o lobisomem de "Thriller".
Sem querer entrar no mérito da questão de que ele foi um ícone mundial, que marcou gerações e era um baita cantor, além de dançarino e blablabla, nem citando a disparidade de opiniões acerca de seu caráter e atitudes em sua vida pessoal, resolvi discorrer sobre essa história da morte de Michael Jackson.
De qualquer modo, pessoas como ele morrem por um único motivo: encher nossa santa paciência com horas e mais horas de falatório sobre elas. Não fosse por isso poderiam continuar vivas ad eternum, causando, como lhes apraz.
Só não aguentei ficar quieta porque estava calmamente fazendo uma tradução de espanhol em frente à televisão quando - não sei porque raios - olhei para a tela e vi, embasbacada, que o Jornal da Globo perdeu tempo fazendo uma animação em 3D para explicar como executar o Moon Walk.
Como diriam meus pais, façameofavor! (E, sim, eles emendam tudo assim mesmo).
Se é por falta de pauta, aí vão algumas sugestões:
- O Brasil ganhou ontem da África do Sul comandada por Joel Santana e está na final da Copa das Confederações. O jogo é domingo. Bora falar da cobrança de falta do Daniel Alves, analisar a seleção dos Estados Unidos ou tirar sarro do inglês do Joel.
- Nova frente fria na área. Cabem matérias sobre a moda outono/inverno, link diretamente de Campos do Jordão ou Gramado, com direito a lareira e geral esperando ver neve, espanto com a temperatura em São Joaquim... na hora do desespero vale até dar receita de chocolate quente.
- A Mega Sena está acumulada em 55 milhões. É o segundo maior prêmio da história. Para aproveitar a oportunidade é legal entrevistar o povo nas lotéricas, fazer demonstrações de como o governo dará um jeito de levar boa parte do prêmio ou ensinar como fazer a aposta.
- Há uma gripe maligna à solta no mundo, meu povo. Vamos entrevistar infectologistas, dar dicas de como evitar a contaminação, acusar o Ministério da Saúde de ser relapso... em outras palavras, ensinar à população a melhor maneira de entrar em pânico.

Enfim, tudo menos o Moon Walk em 3D!
Mas a melhor parte foi ver a cara do William Waak durante o programa. A cada vez que anunciava uma nova reportagem sobre o tema, o olhar denunciava o pensamento recorrente do apresentador: "se eu pego o infeliz que fechou essa edição...".
Ao final, ele arrematou: "e você continua acompanhando a cobertura da morte de Michael Jackson através do jornalismo da Globo" - o que me levou a pensar: what the hell cobertura? Ele morreu, ponto. Não tem o que cobrir!
Bom, depois não sabem o motivo de não ser mais necessário diploma para fazer jornalismo nesse país.

Coloca essa joça no ar de uma vez, vai!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tem coisas que só o TCC faz por você...

...ou "Como não assassinar o coordenador de estágio".

Após 17 anos de cadernos, livros, dicionários, recorte e cole, teatro, seminário, 500 folhas de papel sulfite, obrigatório o uso de uniforme e caixa de lápis de cor com 48 cores, eis que estou no último ano da faculdade.
É lindo porque, ao mesmo tempo em que tenho consciência de que no próximo ano sentirei saudades dos colegas de turma, de um horário semanal especialmente reservado a fazer a unha e de proferir a frase "não tenho esse xerox", ir pra aula já porrou e não aguento nem ver a cara dos meus professores.
É à noite que tudo acontece lá em casa - no bom sentido. As pessoas que moram comigo se reúnem pra falar de seus dias e debater a novela, meu quarto fica suficientemente escuro para um cochilo, amigos de longa data estão no msn, namorado chama pra ver filme, cunhadas chamam pra comer batata recheada, enfim... minha mãe até cozinha! E é à noite também que eu, há quase quatro anos, estou na aula, sem poder desfrutar destes momentos.
Como se isso não bastasse, o TCC virou um martírio. Sim, obviamente todo TCC é um martírio, mas o nosso está particularmente espinhoso porque ninguém sabe informar se devemos montar uma monografia, relatório de estágio, apresentação com fantoches, peça de teatro ou jogral.
O coordenador do curso diz uma coisa, o coordenador de estágio diz outra, o papa é pop e nessa toada entramos em junho e eu não tenho sequer orientador!
É claro que, para mim, fazer tudo em cima da hora é mais do que normal, mas não sei mais que desculpa inventar para não parecer negligente quando as pessoas me perguntam sobre o TCC.
Se continuar nesse ritmo, no dia da apresentação, o jeito vai ser sacar de um "o coordenador comeu meu trabalhinho". E torcer pra banca dar um dez pelo humor.