quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ultraje a rigor

Neste mundo, há uma porção de coisas absolutamente impossíveis de se obter. Dois corpos ocupando o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo é um bom exemplo, mas há outras situações mais, digamos, palpáveis: vaga no estacionamento do supermercado, elevador no andar em que você se encontra, homem fiel-rico-inteligente-gentil-heterossexual, meu TCC. Mas nada se compara à impossibilidade de se manter a elegância ingerindo líquidos em um copo plástico.
Digo isso por uma experiência recente - um super evento de tecnologia, contando com a presença de prefeito, governador, reitor de universidade, comitiva estrangeira e tudo o mais; pessoas em trajes mega elegantes (exceto o supracitado governador, devo acrescentar) e, quando é servido o coquetel, copos descartáveis.
É compreensível que, uma vez que o número de pessoas presentes era bastante elevado, a organização tenha optado por não arriscar gastos extras com copos quebrados, mas isso não diminui o constrangimento geral. Eu mesma, desencanada que sou, metida em um salto agulha e camisa de alfaiataria, fiquei totalmente descomposta segurando aquele copo. Foi comparável a estar sem roupa alguma.
O mais engraçado foi notar que todos os presentes sentiam o mesmo, tentando de alguma forma disfarçar o copo e a vergonha ao mesmo tempo, sem saber direito como olhar para os lados.
Bem, depois de ouvir o mesmo governador chamando UEM de UEL, traje a rigor e copos descartáveis até que combinam bem.
Ok, exagerei. Vai ver eu sou mesmo a única surtada que pensou nisso.