quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Confissão

É extremamente difícil para mim - uma pessoa alegre por ideologia - confessar o que segue: eu estou infeliz.
Não essa infelicidade que impede de sonhar e acreditar na vida e nas pessoas, mas uma infelicidade leve, quase aérea, quase imperceptível. Uma infelicidade que me mostra com todas as nuances que eu não estou onde deveria estar, nem faço o que deveria estar fazendo.
Não gosto do meu emprego. Seria ilusório dizer que ele me ensina algo sobre a minha profissão porque não ensina. O que faço o dia todo é atender ao telefone e não acredito que seja necessário estudar quatro anos para fazê-lo. Mas gosto das pessoas que trabalham comigo, embora só isso não me deixe plenamente feliz. Essas pessoas tornam meus dias mais fáceis de ser vividos, mas à noite eu me lembro que, na verdade, falta muita coisa para que eu sinta prazer em ir trabalhar.
Estou no último ano de faculdade de um curso que já vi que não vai me levar a lugar nenhum. Mas gosto de ter aprendido certas coisas e das amizades que fiz. Acima de tudo, gosto de saber francês e isso se deve exclusivamente ao meu curso - mas é só.
Morei sozinha por muito tempo e agora aparentemente não consigo e adaptar a morar novamente com minha família. Essa profusão de regras e horários - que não são os meus - sempre me deixa com a sensação de estar presa. Isso me deixa particularmente mau porque os amo e sei que a culpa não é deles. Sei que eles se esforçam para me deixar bem e que devo muito a eles, mas não consigo agir diferente, por mais que eu tente.
Nada não, só que às vezes é uma carga pesada demais pra uma pessoa que acredita que devemos nos fazer felizes, ainda que seja à custa de um emprego fixo, TV no domingo e falta de dinheiro.

[Carolina]

2 comentários:

Cláudia Roberta disse...

Olha filha, há coisas que não mudarão jamais... uma delas é o amor que sinto por você. Outra, é te apoiar se achar que deve tomar novos rumos, mas sempre pensando no melhor, mesmo que hoje não acredite nisso.
Sabe que meu amor por vc é diferente de outros amores que tenho na vida. É pra sempre.
Por isso fico com o coração apertado por não estar se encontrando, mas na torcida e pedindo sempre para o seu anjo da guarda.E para o meu, porque nada sou além de humana, que erra muito, mas tenta acertar...
Quem sabe um dia...
E como você mesma diz, só tem 20 anos, tem uma vida pra fazer outras escolhas: trabalho, curso, etc...
Vá à luta, mas uma coisa de cada vez.
Te amo muito.

Unknown disse...

Cááá.... isso acontece!
ainda esses dias eu fiquei p*** da cara e disse "eu me demito dessa família!". Gosto do meu trabalho, mas teve dias em que eu acordei e pensei "não quero ir trabalhar hoje" (1ª vez em 10 meses)
às vezes eu acho um saco voltar pra facul em março, mas gosto do francês né :P
enfim.... fica assim não. AMO vc, e se quiser chutar o balde uma hora dessas é só me chamar. Adoro chutar o balde... rssss
beijo
*: