sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Vô de pai, vô de mãe

Eu conheci todos os meus avós, os de pai e os de mãe. Também conheci todos os meus bisavós, menos a vó Cinda. É porque, na verdade, nem a minha mãe conheceu a vó Cinda, ela morreu quando a minha avó tinha só dezessete anos. Mas conheci a vó Isabel, que casou com o vô Lucidoro depois que a vó Cinda morreu.
Bem, de todos os meus avós, só perdi o vô Gomercindo. E era sobre isso que eu queria falar: sobre ele e sobre o vô Emílio. E sobre como os dois são tão opostos.
O vô Gomercindo era pai do meu pai. Ele era gaúcho. Tomava chimarrão, comia pinhão, gostava de fogão a lenha, falava grosso "ô, meu!" e tinha as mãos cheias de calos porque ele era escultor e dono de uma funerária. E ele sempre teve que trabalhar muito pesado porque tinha dez filhos e um sobrinho pra criar.
O vô Emílio é pai da minha mãe. Ele é mineiro. Ele toma vinho, gosta de manjar branco, só almoça tomando água gelada, fala baixo e não chama ninguém por apelido. Eu sou Carolina, meu irmão é Daniel e minha irmã é Giovana. Nada de Carol, Dani e Gi. Ele foi professor de contabilidade por muitos anos e só teve quatro filhos. Depois teve mais um.
O vô Gomercindo me levava pra pescar, andar de bicicleta, escolher doces de procedência duvidosa na mercearia e conhecer as histórias do cemitério onde passou boa parte da vida(pode acreditar).
O vô Emílio se separou da vó Iracelis quando eu tinha quatro anos. Ele almoçou na nossa casa por um ano depois disso. Ele trabalhava numa cooperativa de laticínios e trazia um pote contendo um quilo de doce de leite sempre que acabava o anterior.
O vô Gomercindo nos buscava na escola com o carro da funerária, montava cabana no fundo do quintal, plantava árvores com a gente.
O vô Emílio se orgulha das nossas conquistas escolares, me elogiava quando eu tocava teclado, às vezes liga nos aniversários.
Uma vez o vô Emílio me deu um tênis caro de presente. Ele é, sempre foi, um lorde.
Uma vez o vô Gomercindo deu uma enxada feita por ele de presente pro meu irmão. Ele era, sempre foi, um guerreiro.
O vô Gomercindo mudou-se pra "longe" quando, depois de sete anos doente, acabou falecendo, quando eu tinha doze anos.
O vô Emílio mudou-se pra "longe" quando, depois de trinta anos de casados, separou-se da vó Iracelis e foi morar a 30 km de onde eu moro.
Curti cada um deles da forma que me foi possível. Nenhum deles foi menos avô que o outro.
A falta que eu sinto dos dois é imensa. De um por ter aproveitado muito. De outro por ter aproveitado pouco.
As faltas são distintas, o amor é o mesmo.
Pro vô Gomercindo, onde quer que esteja, um beijo imenso de quem espera ter ao menos dez por cento da sua força.
Pro vô Emílio vou ligar amanhã, pra mandar um beijo imenso de quem espera ter ao menos dez por cento da sua delicadeza.
[Carolina]
*A quem esperava piada pronta, um lado instrospectivo desta que vos fala. É que deu uma saudade dos dois, de repente!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

AAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!!!!!

Socorro! Sabe, eu amo crianças, mas tem vez que da vontade de erguer a bandeira branca...

Eu fui a neta caçula por quase 15 anos, mas hoje em dia eu tenho dois priminhos, um de 05 anos e um de 09 meses e uma priminha de quase um ano e meio. Sério, adoro! Mas de repente eles ficam com sono e se recusam a dormir, daí é um tal de fazer manha daqui, chorar dali, pedir o colo da mãe acolá, e eu to ali, no meio do campo de batalha, totalmente perdida!

Até que eu tenho um instinto maternal bem aflorado, só me falta um pouco de paciência, mas eu estou trabalhando nisso e vou mudar, juro! Quer estágio melhor que os meus três Gordinhos?

Eu troco fralda, adoro dar banho, brinco, pego no colo, conto histórias... só entrego os pontos com aqueles gritos manhosos na hora do sono, se bem que eles são tão lindos dormindo e acordam tão fofos e carinhosos que já me bateu uma saudade...
[Letícia]


Anjinhos, AHAM! ¬¬

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Baita agito essa de Olímpiadas

Como já dissemos nos textos anteriores, defendemos o apreço pelo país ao menos nas Olimpíadas. Sendo assim e para matar a saudade agora que os jogos acabaram, procuramos nos informar acerca dos esportes olímpicos com o intuito de... Bem, na verdade com o intuito de aumentar nossa cultura inútil e dar boas risadas. o fato é que, durante a pesquisa, deparamo-nos com alguns esportes um tanto quanto estranhos.
Tomemos como exemplo a Canoagem Slalom. Ao lermos o nome, quase gritamos pelo Frodo. Isso porque a fonética do termo nos fez crer que o esporte tivesse sua origem na trilogia d'O Senhor dos Anéis.
Depois de meia hora repetindo "Slalom, Slalom, Slalom" como um trava-línguas, descobrimos que se trata apenas de canoagem praticada no rio. Bah. Segundo definição de site sobre o tema, ela é "o patinho feio da canoagem". Quem perde tempo praticando isso? Só pessoas que ficam com dó da pobrezinha. Ou com medo da sua vingança porque, tipos... Lembra do final d'O Patinho Feio, né?
Já o Squash é um jogo de tênis que se joga com duas pessoas batendo a bolinha contra uma parede, em uma sala quadrada fechada, sendo que a parede traseira deve ser de vidro. (Gente, ao realizar essa cena não tivemos coragem de continuar a leitura. Parecia vitrine de casa noturna, se é que vocês entendem).
Mas se você não tivesse lido esta definição, com certeza imaginaria que Squash é uma marca de creme dental mundialmente famosa que agora ampliou seus negócios para o ramo das pastilhas ultra-refrescantes.
Pesquisando obscuros manuais desportivos descobrimos que o mentor dessa joça era, quando criança, desprezado pelos coleguinhas, o que o levava a jogar tênis sozinho com a parede do colégio. É um esporte legal para atletas com tendências suicidas.
Por último, temos o Badminton. Pegou? BADminton. O idealizador fez um trocadilho quando sugeriu que brincassem disso. Era para ser só uma piada (tipos a do pavê), mas sua amiga era loira, não entendeu e levou a sério. O infeliz deve estar rindo até agora, porque realize um jogo de peteca, só que mais rápido e com raquetes. Voilà! Trata-se disto, apenas.
Apesar de toda a animação garantida por estes esportes, acho que vamos dormir agora. É que, sabe-se lá o motivo, deu um baita sono de repente!
Ah, é só isso?
[Carolina, Karina]

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Impressões Olímpicas II

Gente, o que foram nossas garotas da ginástica nessas olimpíadas? Nada a comentar sobre a Daiane dos Santos e a Daniele Hypólito. Com toda aquela cara de menininha, elas têm a tranqüilidade que os anos de competição lhes trouxeram pra deixar todo mundo boquiaberto com o que são capazes de fazer – e fazer sorrindo! Ana Paula, Ana Cláudia, Laís Souza... Essas ainda têm anos para treinar e, mesmo tão novinhas, pulam e se desdobram de uma forma que eu jamais serei capaz, a menos que nasça de novo. O nervosismo fica evidente à medida que elas não conseguem parar quietas nem nos intervalos das provas. Aí é um tal de alonga daqui, estica de lá, treina mais um pouquinho, “eu consigo fazer melhor” de fazer inveja em muita gente mais experiente.
Quanto à Jade, nem preciso dizer que chorei junto com ela, mas já entendi o motivo de não ter dado certo. A guria carrega o Brasil inteiro naqueles saltos e giros! Eu mesma quase saltei junto aqui no sofá. Além de encarar seus mal-humorados treinadores.
É claro que houve a polêmica etária acerca das ginastas chinesas que, é só olhar para elas, efetivamente não tinham dezesseis anos nem aqui nem na China.
De qualquer forma, valeu a pena ver Alicia Sacramone – a americana mais convencida do mundo – cair sentada no solo e depois despencar da barra fixa. Claro que eu não faço melhor. Aliás, vamos conceber essa prova: são dez centímetros para pular, dançar, rodopiar, dar cambalhotas e tudo o mais. Quem pára em pé em cima daquilo já merecia uma medalha! E ela não parou (risadas maldosas internas).
Mas, de todas elas, ninguém me tira mais do sério que a Shawn Johnson. Sou só eu ou outros mortais também sentem vontade de prendê-la numa ratoeira? Sério, poucos sorrisinhos me irritam tanto quanto o desse hamster confundido com ginasta!
Bem, não tiro o mérito das medalhas conquistadas. No dia em que eu conseguir dar uma única volta pendurada em uma barra a mais de dois metros do chão terei moral pra falar mal. Por hora fica um abração pra Jade que, como o nome já diz, é uma preciosidade mesmo sem medalhas.
Essas efetivamente merecem!

[Carolina]

*Lembrando o detalhe de que os textos são retroativos em decorrência da anterior falta de internet.


quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Impressões Olímpicas

Declaro aberta, finalmente, a série de postagens relacionadas às Olimpíadas de Pequim, uma vez que já me estressei com o descaso do nosso país com o assunto. (Os textos falam de competições que já aconteceram porque só agora instalaram minha internet no novo "lar, doce, lar").

Tenho tentado acompanhar todas as competições olímpicas que nos dizem respeito, mas vou falar a verdade: está complicado.
Primeiro porque inventaram de realizá-las na China e, como fica lá do outro lado do mundo, me manter acordada tem sido um problema. Depois porque tudo parece acontecer ao mesmo tempo e aí ficam cortando de uma competição pra outra, eu me perco no roteiro e não entendo lhufas.
Em terceiro lugar, por causa da narração do Galvão Bueno. Claro que ele nunca foi uma pessoa legal, mas parece que piora a cada dia! Ainda mais com o tal do Michael Phelps solto pelas piscinas de Pequim.
Juro pela bagunça do meu quarto que, esses dias, quando o todo-poderoso estava para se tornar o atleta olímpico com maior número de medalhas de ouro da história, na mesma piscina nadava um brasileiro – Kaio Márcio, pra quem estiver interessado – e eu só fiquei sabendo quando apareceu na tela a classificação geral da competição. Isso porque nosso amigo da Rede Globo nem ao menos mencionou o brasileirinho, só sabia babar ovo para aquele americano orelhudo (que mais parece o Tevez), gritando de forma pra lá de entusiasmada: “Pheeeeeeeelps”!
Gente, sério. Ele torceu muito mais pelo recorde do cara do que pro Brasil, na última Copa do Mundo. Acho que nunca vi o Galvão tão animado ao narrar o que quer que seja! E pode falar que é inveja porque o Michael é muito bom. Ele é mesmo – e é aí que se diferenciam os bons dos maus torcedores. Mesmo sabendo que o ouro já pertence a outra pessoa, é legal vibrar no sofá de casa ou na arquibancada do estádio, pelo simples prazer de saber que há alguém do seu país competindo!
Por isso é que, digam o que quiserem, ganhem ou não ouro, prata e bronze... Kaio Márcio, César Cielo, Thiago Pereira, Joana Maranhão, Fabiana Murer, Maurren Maggi e todos os outros merecem a nossa torcida simplesmente porque são brasileiros. E isso não tem medalha que pague!

"Kaaaaaaaaio!"

[Carolina]

*Créditos a quem notou que ele era a cara do Tevez.

Unidos venceremos!

A ameaça está sempre presente, verdade, é só reparar; nas farmácias, nos consultórios médicos e, DEUSMILIVRE, até em casa!

Analógicas, digitais, de chão, todas as variedades existentes, prontinhas para entregar que aqueles chocolates do final de semana fizeram sim diferença!

E tem que ter muita força de vontade, não para dizer não às guloseimas, mas pare resistir ao impulso de subir numa balança a cada esquina para conferir se aquelas gramas adicionadas ao seu peso são reais ou se é só (tomara que seja!) a máquina maléfica que estava desregulada.

Daí, depois de constatado que não existe erro nenhum, que você realmente engordou, já era, mais um escravo trocando o MC Donald’s por sanduíche natural e o refrigerante por água com gás com suco de limão e adoçante...

O que eu posso te dizer? Meus Pêsames, a sua liberdade morreu! E vem cá, me dê a mão, eu tenho umas dicas ótimas para perder peso...





[Letícia]

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Presente, querido professor!




Quem nunca respondeu chamada? E quem nunca driblou a chamada?

Será que ela é assim tão importante? Porque vamos combinar, quem nunca ouviu aquela história do professor chato dizendo que ia processar os alunos por uso de identidade falsa só porque resolveram assinar na lista o nome de uma pessoa que não tava na aula; ou então aquela história da carrocinha que os professores contam dizendo que não colocam presença para alunos que não estejam presentes, porque uma vez, um aluno fez isso e usou a lista de chamada como álibi e bla bla bla...

Analisemos: aluno X vai a todas as aulas, mas só tira nota pra baixo da média; aluno Y ta pendurado em faltas, mas suas notas vão muito bem, obrigado! Mas o aluno X tem direito a exame, mas mais um diazinho que o pobre Y falte, e pronto, ele já bombou de ano! INJUSTIÇA! no mínimo!

O que conta não é o tanto que aprendemos? E o que mostra isso não é a nota que tiramos na prova? Então, por que pegar tanto no pé só por causa de uns dias que o sono ou a balada foram mais atrativos do que a sala de aula?

Ta, ta, ta, que dizem que tem que ter um mínimo de presença em sala de aula e que estar lá demonstra interesse, mas não é muito mais interessante saber a matéria sem nem sequer conhecer o professor?

E talvez eu deva parar de fazer indagações, e ir atrás de contar as minhas faltas, por que sabe, né?



[Letícia]

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Eu hoje acordei, querendo ver o mar ...


...mas não só isso, eu também quero deitar no chão e olhar as estrelas; dormir com o barulho da chuva e acordar sentindo o cheiro da grama molhada.

Eu quero sentar com meus amigos e assistir o pôr-do-sol, fazer um lual ouvindo as ondas quebrarem na areia, brincar de bem-me-quer com as pétalas de uma margarida.

Eu quero andar na chuva sem rumo e sem compromisso, sentir o cheiro salgado da brisa marinha, ver as árvores através da neblina do topo de uma serra.

Eu quero tomar banho de rio, sentir o gosto do orvalho, soprar dente-de-leão, ser massageada pelas águas d’uma cachoeira, ler um livro à sombra da árvore frondosa.

Eu quero me libertar, fugir e me encontrar, não pensar em nada e resolver tudo, me desligar do mundo e me sintonizar com a natureza!


[Letícia]

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Fechado para balanço

Não, não estamos fechando o blog porque, na verdade, mal o abrimos. Também não estamos fazendo drama num momento de rebeldia sem causa para que os leitores venham paparicar. Só estamos usando de intertextualidade (“...Fogo!”) pra definir nossas tardes de domingo regadas a tereré.
O melhor do domingo é refrescar a memória dos amnéticos alcoólicos narrando suas patuscadas na balada de sábado. Como um diário de bordo. Se você é aquele que foi eleito para dirigir e, consequentemente, não beber, será o mediador do debate dominical – que consiste em uma roda de cadeiras (com ou sem a presença de um baralho) ocupadas pelas pessoas com quem você dividiu a noite anterior – mas se você foi um daqueles que enfiou o pé na jaca e a cachaça no fígado, meu amigo, prepare-se: você será o alvo,ou a piada do dia. Porque o álcool, pra quem não sabe, costuma afetar a memória quando ingerido como se não houvesse amanhã. Então não se surpreenda ao tentar sofregamente lembrar-se de...
*Quem era aquele indivíduo dormindo no sofá da sala;
*Ter tirado o sapato no meio da festa;
*Qual o nome que você usou para apresentar-se àquele dragão que, mais tarde, devido à quantidade de álcool ingerido, passou a ser princesa;
*Ter tentado acertar a placa com uma garrafa;
*Ter tentado acertar seu amigo com o tênis tirado anteriormente;
*Ter roubado mais um cone;
*Ou ter feito bunda-lelê para o vigia;
*Ter confundido a janela do quarto da sua mãe com o Drive Thru do MC;
*E a garagem com Drive In;
*Ou a garagem do vizinho com a sua;
*Ter ferrado teu melhor esquema por causa de um maldito ex;
*Como esse roxo apareceu na tua perna;
*Em que parte da noite seu salto quebrou;
*Quem falou que era uma boa idéia gritar “gostoso” para o cara da banda, justamente quando ficou tudo em silêncio;
*Ou quem falou que era uma boa idéia virar aquele shot de tequila;
*Que a tequila não é maldita... Certeza que foi o cachorro-quente que fez mal, ou no máximo, o pastel na feira, com o qual insistem em dizer que você bateu na cara do seu amigo;
*Sim, aquele mesmo pastel que, segundo o mediador, você repartiu em 10 pedacinhos e jogou em todos, inclusive em quem não conhecia, antes de dar um tapa na testa de outro cara, igualmente anônimo;
*Como sua mãe te ouviu chegar se você jura que não fez barulho e que o fato de ter derrubado o vaso, cantado pneus e riscado a fechadura, é apenas um detalhe;
*Por que suas costas estão sujas - sim, você deitou no chão da balada;
*Como sabem aquilo que você jurou segredo... É, meu amigo, você bebeu, bebeu, bebeu e abriu o bocão.
Se, depois de terem te contado como foi a noite fatídica de sábado, você está começando a sentir a tal ressaca moral.... Com certeza a próxima frase será: “eu nunca mais vou beber”! O que durará, no máximo, até semana que vem. E reze, meu bem, reze muito pra ter permanecido com o mediador a maior parte do tempo porque, se por um lado é ruim ouvir tudo o que você fez enquanto estava bêbado, por outro é bem pior imaginar o que você fez quando ele não estava contigo.

Sim, você fez!

[Carolina, Karina]

*Créditos aos bêbados que nos divertem no sábado e mais ainda no domingo.

*Créditos ao querido que fez o favor de postar a foto.