quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cicatriz

Há quase três semanas, eu escorreguei ao sair do banho e bati o joelho esquerdo na porta de alumínio do box. Besteira, nada de extraordinário - tratando-se da minha pessoa, o prejuízo foi até pequeno.
Na hora da pancada não percebi que o corte aberto era grande o bastante para precisar de sutura e, com a tolerância mínima que tenho com sangue, só lavei o ferimento de qualquer jeito e colei um Band-aid em cima, pra não ter que ficar olhando aquela coisa sangrar. Para mim já era o bastante ter de sentir a dor.
No dia seguinte, ao trocar o curativo, percebi que daria um trabalho maior do que o imaginado curar a ferida aberta pelo escorregão. O corte era grande e profundo e já não havia tempo de dar pontos.
Fiquei dois dias sem conseguir andar devido à dor. Circulei por uma semana inteira usando apenas saias e vestidos para não haver atrito de tecido com o machucado. Manquei por mais tempo do que isso - talvez uns dez ou doze dias.
A casquinha finalmente começou a aparecer, o que trouxe uma coceira quase insuportável, que me obriga constantemente a me concentrar para manter o controle e não enfiar a unha no corte. Mas já voltei a caminhar normalmente - e a usar calças -, o que denota uma melhora considerável com relação ao dia da batida. Dependendo da posição em que coloco a perna, a dor volta, o que ainda me impede de ignorar por completo o ocorrido. Então eu tento me distrair pensando em outra coisa.
De vez em quando é bom um pequeno acidente, pra nos lembrar de como somos frágeis, podendo nos ferir assim, por causa de um passo em falso. Mas ainda torço pra que fique uma cicatriz.
Cicatrizes são boas. São histórias pra contar.

Um comentário:

Unknown disse...

Só você pra tirar algo bom de um tombo no banheiro e um corte na perna ein, Cá? :P
Incrível você, incrível!
*: