quinta-feira, 28 de maio de 2009

PIRILIM, PIRILIM,PIRILIM, alguém ligou pra mim!

Toquinho no celular...

... quem nunca deu? quem nunca recebeu?

Bem sei eu que eles podem significar muitas coisas: oi, lembrei de você!; me liga, to sem crédito.; to te esperando!; salva meu número.; liga agora que eu já possa atender.; sim; não; - essas duas últimas como resposta para mensagens – entre outras variações que dependem do momento e dá pessoa para quem se dá ou de quem se recebe o toquinho.

Normalmente eu sou adepta a esse meio de comunicação, mas – sempre tem um mas – se tem uma coisa que eu ODEIO é toquinho com número que eu não conheço.

Meu sangue ferve, e não é nem de raiva, é curiosidade mesmo. Poxa, se quer me transmitir uma das tão conhecidas expressões, eu preciso saber quem é. Óbvio, não? Não, nem tanto...

Eu costumo receber esse tipo de toquinho e, por mais que eu fique inquieta e louca de curiosidade, não retorno de jeito nenhum; sou difícil!

Sou difícil, mas não sou impossível, se for uma ligação e eu estiver em condições de atender, atendo, claro! Muitas vezes é engano – afinal de contas, eu não sou uma pessoa tão procurada – outras são amigos/conhecidos que trocaram de número e esqueceram de avisar. Mas sempre tem aqueles que permanecem incógnitos, que se acumulam numa caixinha do meu cérebro que eu chamo de curiosidade.
- quem é?
- sou eu, Bola de Fogo.
- hã?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vire-se porque você não é quadrada

Eu tenho um problema meio sério no que diz respeito a atrair pessoas estranhas para minha vida. Em todos os sentidos. Amigos, namorados, família - todos têm diversos pinos a menos, o que talvez meu psiquiatra um dia descubra ser uma autodefesa do meu inconsciente. Algo no estilo "obrigando-me a conviver com pessoas que estão a anos-luz da sanidade mental, eu me sinto um pouco mais normal do que efetivamente sou", uma vez que meu cérebro ligeiramente passado não me permite alcançar o epíteto de "pessoa equilibrada". Whatever.
No entanto, na semana passada, percebi que não apenas as pessoas com quem convivo por opção têm essa dificuldade de raciocínio lógico, mas também aquelas com quem convivo por falta de opção. Leia-se meu chefe, que anda me pedindo favores tão absurdos quanto solicitar acesso ao cofre do Banco Central.
Voltando: na semana passada eis que estou no escritório ocupada com as trivialidades que norteiam meu maravilhoso emprego, quando toca o telefone. Eu atendo, é ele. Me pedindo para levar até sua empresa os três banners que mandei confeccionar a título de ter o que pendurar na sala de reunião pra fazer uma graça.
Passei cerca de cinco minutos explanando acerca dos motivos pelos quais essa seria uma tarefa humanamente impossível de ser cumprida. Citei Shakespeare, Karl Marx, Freud, o João da padaria, Gandhi, Buda e o Dinho, dos Mamonas Assassinas. Expliquei que, devido ao baixo soldo que recebo em minha conta corrente no presente momento, e que claramente é um sinal da opressão sofrida pela classe proletária em decorrência da ganância de ocupantes dos altos cargos, como o dele, eu não possuo veículo automotor, o que torna inviável o transporte do material solicitado, considerando-se que o mesmo possui a medida de 1,50 m, enquanto minha pessoa possui a medida de 1,62 m. Incorporei ainda à defesa o fato de que eram três banners, com cerca de 1,5 kg cada um, o que ultrapassa a marca de 8,5% do meu peso total e que, portanto, seria clinicamente desaconselhável que o traslado fosse feito à pé.
Pois de nada adiantou gastar minha retórica. Ao final da conversação ele simplesmente me respondeu que, se eu não conseguia carregar os banners devido à quantidade, tamanho e peso, deveria fazer três viagens, concluindo assim a tarefa que me fora confiada. Ou seja, um enorme e sonoro "vire-se porque você não é quadrada".
Fiz então o que qualquer ser que tenha amigos faria: arrumei uma carona e fui levar a encomenda. Ao discorrer sobre os meios através dos quais consegui cumprir a exigência ridícula de uma pessoa que, diga-se de passagem, é possuidora daquela maravilha andante a que chamamos de carro, a referida criatura fez o que nem George W. Bush faria com tamanha pachorra: riu. Aliás, gargalhou.
Quer dizer, ele sabe se comportar com dignidade? Absolutamente. Ele merece o cargo que ocupa? Tampouco. Ele sabe o que significa assédio moral? Aparentemente não, e também desconhece suas implicações legais. Ele sabe com quem está mexendo? Menos ainda. As ideias deste senhor estão totalmente ulrapassadas no que diz respeito a leis trabalhistas e humanistas, e ele merece um processo judicial, que não vou aplicar porque né?
Do I really care? Not at all. Arrumo outro emprego e dou nele o que conhecemos vulgarmente por "pé na bunda". Só gostaria de registrar este ultraje e uma reivindicação: se é para ter um chefe sádico e de humor duvidoso, exijo que seja Willy Wonka!

Pelo menos tem o chocolate.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Contagem Regressiva

Chegar na faculdade me angustia, isso é fato! Assim que eu termino de subir aqueles três lances de escada (ai, como cansa!) eu dou de cara com aquele cartaz, marcando a cada dia um número a menos...
Por mais que eu tente, não dá pra explicar, por mais que alguns amigos me acompanhem, pouco provável que sintam a mesma emoção que eu sinto.
É inexplicável a sensação de gritar junto, cantar junto, beber junto. E ainda mais inexplicável é o que eu sinto ao ver todas aquelas pessoas que, supostamente, deveriam pensar coisas sérias e discutir assuntos polêmicos, enchendo a cara de jurupinga e dançando ao som de MC Catra.
São quatro dias mágicos, onde cada um defende com unhas e dentes a sua instituição de ensino ao mesmo tempo que sente vontade de trocar a caneca com algum aluno de outra faculdade.
Jogos Jurídicos são hipnotizantes, depois que acaba eu passo uns 06 meses lembrando; antes de acontecer eu fico uns 06 meses esperando.
Obviamente, quando falta poucos dias para começar ou quando acabou faz poucos dias a emoção é mais acentuada, tanto a ansiedade quanto a saudade.
Só sei que daqui a alguns dias eu vou para Foz do Iguaçu e não sei quando, efetivamente, eu volto. Interessados em viajar por algum tempo nesse meu mundinho?
19 dias... guenta coração!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Remédio para insônia

02:09 da manhã. De novo.
Há umas duas ou três semanas essa insônia se repete.
Não estou preocupada com as tarefas do dia seguinte, não estou triste por causa das confusões constantes em minha família incomum, não comi demais antes de deitar.
O filme, o Jornal da Globo e o Programa do Jô já acabaram.
Só me resta ligar o rádio no celular, e ir procurando impacientemente uma música qualquer... É engraçado como nesse horário tocam as mesmas músicas todos os dias.


De Lenny Kravitz à Pitty, encontro sempre uma brecha pra encaixar a figura que vem tomando o lugar do meu sono.
E no auge da minha fantasia, sempre toca a MESMA música: "Cedo ou tarde a gente vai se encontrar, tenho certeza numa bem melhor. Sei que enquanto canto você pode me escutar. (...) Me sinto só, mas sei que não estou pois tenho você no pensamento." N X Zero, certo?
Poxa, com tanta música, é essa que vai me fazer lembrar de você?
Há tempos eu não vivia isso. Estou me sentindo com 15 anos. Na verdade, acho que quando eu tinha 15 anos eu sabia disfraçar bem melhor.
Tá difícil conviver com essa impotência. É jogo demais. Espera demais. Perto demais. Conveniências demais.
Mas tem me feito bem. Apesar de tudo, Tem me confortado.

Acho que agora eu vou levantar, digitar, sem usar o óculos, que é pra ver se fico com "a vista cansada", se o tempo passa, e o sono vem.
Alguém conhece álgum remédio pra insônia?




Obs.: Enquanto eu escrevia esse texto, a bendita música do N X Zero tocou duas vezes.

[Karina]

segunda-feira, 11 de maio de 2009

I'll survive

Daí que, por um desses acasos que só acontecem na minha vida, eis que sexta-feira fui parar em uma boite gay.
Devo esclarecer desde já que respeito todo e qualquer tipo de opção de outrém, seja ela religiosa, sexual, intelectual, musical ou culinária e que, portanto, não tenho problema algum em conviver com pessoas diferentes de mim. Sendo assim não vi nada demais em adentrar o ambiente, até porque sou bastante sociável e julguei que quem corria maior risco de ser atacado eram os dois rapazotes que estavam comigo. Pelo jeito eles pensaram o mesmo, porque nos sentamos em uma mesa e ali os dois permaneceram, quase sem respirar, enquanto eu fazia questão de olhar em volta.
E, pra falar a verdade, não vi nada demais! E não vi porque não havia nada demais para ver. Pensando melhor agora, admito que foi preconceituoso da minha parte - e olha que me considero bem liberal - esperar uma esbórnia total somente pelo fato de se tratar de uma boite gay. O que acontece lá é o que acontece em qualquer outra boite do planeta: tem gente dançando, gente paquerando, gente conversando aos berros para ser ouvida, gente bebendo, gente rindo, gente se divertindo. Gente. Como qualquer outra gente.
Ninguém nos atacou, ninguém ficou nos encarando - nem como possíveis paqueras, nem como extraterrestres -, o que, aliás, difere completamente da impressão que eu devo ter passado, com a minha observação ridícula do lugar no início.
Mas o que eu queria dizer era outra coisa. Sempre achei que a tal de "I'll survive", gravada pela fabulosa Gloria Gaynor, era o hino dos hinos para os homossexuais. E fiquei chocada ao ver que eu estava absolutamente enganada também neste quesito!
Ao contrário do que imaginava, eles acham tanta graça na música quanto nós. foi só a referida começar a tocar que todos deram risadas. Dançaram, naturalmente, mas mais tirando sarro do que sentindo o poder do movimento gay nas veias. Ri junto com eles, e percebi que, exceto pela opção sexual, tínhamos todo o resto em comum.
Achei o máximo. Me diverti muito. Depois da terceira cerveja meus acompanhantes até conseguiram esboçar um ou outro sorriso e acabamos conversando normalmente.
Recomendo. É um exercício extremamente divertido, pricipalmente para quem se diz "livre de preconceitos".

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Valeu a pena...

... dar rizadas em momentos sérios,
mesmo sendo repreendida e censurada.

... chorar de alegria,
mesmo borrando a maquiagem e estragando as fotos.

... as angústias que antecederam decisões e resultados,
desfrutando das conquistas e amargando as derrotas.

... os abraços apertados,
tanto pra pedir desculpas quanto pra agradecer.

... confiar e perdoar,
mesmo quebrando a cara depois.

... registrar os momentos,
em filmes, fotografias, feias ou bonitas.

... as piadas,
que fizeram gargalhar ou não tiveram graça alguma.

... as brigas,
porque fortaleceram o que era de verdade e acabaram com o que não era.

... as viagens,
divertidas, caras ou sem propósito.

... descobrir e redescobrir,
pessoas, roupas e lugares.

valeu a pena ser pescador,
de ilusões, de sonhos e de realidade.

valeu a pena viver cada segundo,
principalmente porque tenho vocês, cada um que mora no meu coração...